Futurista brasileiro Luiz Candreva palestra sobre como São José pode projetar o futuro

As perspectivas do futuro de São José foram meticulosamente exploradas durante o seminário promovido pela NDTV Record, embasadas nas reflexões sobre “Que cidade estamos construindo para 2050?” Um olhar visionário foi lançado sobre o destino da cidade nos próximos 30 anos, tendo em vista a celebração de seu 274º aniversário. Luiz Candevra, renomado futurista brasileiro, inaugurou o evento com uma palestra envolvente e perspicaz, que perdurou por cerca de 1h30, inspirando os participantes com sua visão audaciosa e provocativa.

Head de inovação da Ayoo, diretor de criação do Disruptive.MBA, Luiz Candreva é professor convidado da Fundação Dom Cabral – Foto: LEO MUNHOZ/ND

Head de inovação da Ayoo, diretor de criação do Disruptive.MBA, Luiz Candreva é professor convidado da Fundação Dom Cabral, da HSM e da Startse. É palestrante com mais de 1.100 apresentações em países diferentes, colunistas de diversos portais e grupos como CBN e CNN e recordista mundial de kitesurfing, além de board member da Boali e da 4Pay. Como contribuição para o município de São José, a palestra de Candreva permeou em “como projetar o futuro”.

Candreva ressalta que o futuro se tornou uma tendência relevante há algum tempo e destacou a importância de abordar esse tema. “Futuro ficou na moda e está na moda faz algum tempo”, diz.

“E quando vejo o poder público, a sociedade civil e empresários se reunindo para falar de futuro, eu vejo um alento no sentido de que estamos começando a entender que se não olharmos pro que pode ser feito hoje, o amanhã chega do mesmo jeito e não vai ter sido feito nada”, ressalta.

Caos

Conforme o professor, o caos desempenha um papel fundamental no processo de antecipação do futuro. “O futuro é de quem sabe navegar no caos e de quem fica confortável nele”, enfatiza. Ele continua explicando que muitas pessoas encaram o caos como algo negativo, porém, é justamente nesse ambiente de turbulência que ocorrem as transformações mais significativas.

“A pandemia nos trouxe essa lição de forma clara e é nesse contexto que pequenas cidades podem encontrar oportunidades para prosperar”, destaca.

“Meu objetivo é capacitar as pessoas para se tornarem gestoras do caos, capazes de utilizar essa energia de forma construtiva e inovadora”.

Cenários para São José

Explorando ainda mais as reflexões sobre o futuro, Candreva esclareceu a distinção entre futuros possíveis, prováveis e desejáveis. “O futuro possível abrange todas as potenciais trajetórias imagináveis, incluindo aquelas consideradas ‘impossíveis’. Por outro lado, o futuro provável indica que há uma possibilidade maior de acontecer, enquanto o futuro desejável representa o que empresas, governos e indivíduos aspiram que aconteça. Neste último caso, estar preparado para o que pode ocorrer é essencial para mitigar possíveis riscos”, revela. Ele explica que essa abordagem é fundamental para São José.

O futuro possível abrange todas as potenciais trajetórias imagináveis”, diz Candreva – Foto: LEO MUNHOZ/ND

“Como que a cidade pode se posicionar olhando para frente? Nesse sentido, desenhar cenários serve para antever possibilidades daquilo que pode acontecer e está preparado para isso”.

Ele destaca que a criação de cenários pode derivar de três fatores: as necessidades, dores, desejos e anseios, a tecnologia (entendida não apenas como eletrônica, mas como um meio para resolver problemas) e a conjuntura atual. “Quando esses três elementos convergem, temos uma transformação”, ressalta.

Ao ser aplicado ao contexto municipal, Candevra questiona: “Como São José pode gerar valor para o futuro? O que será crucial para as cidades em um cenário futuro mais distribuído? Como podemos adquirir valor futuro hoje?”, diz.

Ele conta que não é para esquecer do agora, mas atuar com a gestão de ambidestria, “que é basicamente garantir a receita no presente e a relevância no futuro ao mesmo tempo”. E mais uma vez ele questiona: “como equilibrar essas duas coisas?”. Conforme Candreva, “é um grande desafio e é importante fazer os dois, mas geralmente fazemos só a receita no presente”.

Por fim, o palestrante compartilha seis lições para o futuro: primeiro, destacou que o futuro não comporta juízos de valor. Em seguida, salientou que o futuro é diverso, personalizado e singular. “Isso vale para as cidades. Cada uma tem a sua singularidade”.

Continuando o raciocínio, enfatizou que o futuro não pode ser visto com os olhos do passado. Além disso, ressaltou que o futuro se manifesta de maneira heterogênea. A quinta lição é que o profissional do futuro é aquele capaz de resolver problemas complexos. Por fim, concluiu que o futuro se constrói por meio de ações no presente, embasadas em aprendizados do passado.

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