

Na busca pelo dinheiro de vítimas de golpe de carros, polícia cumpriu mandados em quatro casas de três cidades de SC – Foto: PCSC/Divulgação/ND
A Polícia Civil rastreou o destino de R$ 100 milhões de um empresário catarinense preso por dar golpe com venda de carros na Grande Florianópolis. A Operação Veritas Pecuniae cumpriu 31 mandados de busca e apreensão em empresas de fachada e contra suspeitos de lavar o dinheiro das vítimas.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em nove estados: Santa Catarina, Tocantins, Pará, Goiás, Paraná, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Em Santa Catarina, quatro residências foram alvo da polícia: duas em Biguaçu, uma em Palhoça e uma em Chapecó, no Oeste catarinense. Em Biguaçu, policiais apreenderam uma caminhonete e uma moto.
Na busca pelos endereços de quem lavava o dinheiro do golpe de carros, os policiais prenderam três pessoas em flagrante. No Rio Grande do Sul e em São Paulo, dois suspeitos foram presos por porte e posse ilegal de arma. Já na Bahia, um terceiro homem foi preso com dois veículos com placas adulteradas.
Alvos da operação receberam auxílio emergencial, mas movimentaram R$ 20 milhões na conta
Conforme o delegado Leonardo Silva, da Delegacia de Defraudações, a polícia também cumpriu mandados em clínicas médicas, empresas de autopeças e lojas de bebidas suspeitas de lavar a fortuna do empresário catarinense que dava o golpe de carros.
“São empresas de fachada, pessoas que receberam auxílio emergencial durante a pandemia, que não têm uma fonte lícita. Um suspeito declarou uma renda mensal de R$ 1,2 mil, mas movimentou R$ 20 milhões na conta”, detalhou o delegado.
Como empresário catarinense aplicava golpe de carros
A Operação Veritas Pecuniae começou a partir da prisão de um empresário catarinense, que tinha lojas de carros em São José e Biguaçu, na Grande Florianópolis. Ele foi preso em 2021 por vender carros para a região e para outros estados — por meio das redes sociais — e não os entregar.
Na época, antes de ser preso pelo golpe de carros, ele ficou três meses foragido. Quando a polícia teve acesso às movimentações bancárias do empresário, viu que ele tinha R$ 21 milhões na conta — R$ 3 milhões das vendas para vítimas de Santa Catarina e R$ 18 milhões de vendas para outros estados.
No entanto, a investigação percebeu que, ao todo, ele havia movimentado cerca de R$ 100 milhões para outras contas. Foi esse montante que motivou a operação, que investiga o grupo por estelionato e lavagem de dinheiro.