

Greve de ônibus deixa moradores de Florianópolis na mão – Foto: Leandra Luz/ND
O transporte público da Grande Florianópolis amanheceu com funcionamento parcial nesta quinta-feira (12). A greve de ônibus foi decidida na noite de quarta-feira (11) em assembleia do Sintraturb (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano da Região Metropolitana de Florianópolis).
Não há ônibus circulando do Norte da Ilha para a região central. As empresas Transol e Canasvieiras estão paralisadas e a plataforma A do Ticen está fechada.
A previsão é de que a paralisação termine às 9h desta quinta-feira. As empresas Biguaçu, Jotur, Estrela e Imperatriz estão circulando por enquanto.
A greve de ônibus pode afetar sete municípios: Florianópolis, São José, Biguaçu, Palhoça, Governador Celso Ramos, Santo Amaro da Imperatriz e São Pedro de Alcântara.
Sindicato não cumpre a palavra e paralisa ônibus nesta manhã
Os passageiros foram pegos de surpresa pela greve de ônibus em Florianópolis. Isso porque o Sintraturb afirmou na noite de quarta-feira que não haveria paralisação nesta manhã.
Trabalhadores que foram transportados de outras cidades até o Ticen, no Centro de Florianópolis, não conseguiram pegar as linhas para chegar ao trabalho.
Em entrevista ao repórter Márcio Falcão, da NDTV RECORD, Mauro Soares critica a paralisação parcial, que deixou muitas pessoas presas no Ticen.
“A empresa deveria nem sair da garagem então, que daí o povo ficava em casa. Mas fazer a gente vir aqui cedo no Ticen, para ficar parado no meio do caminho, sem saber se vai conseguir seguir viagem. Eu acho um absurdo. Tem que ter mais transparência sobre isso”, reivindica.
A falta de aviso também frustrou Vitória Casagrande. “Eu apoio a greve, sei que os direitos deles têm que ser reivindicados, mas podiam pelo menos ter avisado, né? Que daí a gente se organiza, não fica aqui sem saber o que fazer”, lamenta a moradora da Grande Florianópolis.
A trabalhadora doméstica Jerusa Aparecida não sabe como vai chegar ao trabalho nesta quinta-feira. “A gente não tem como ir para o serviço, porque não tem ônibus. A gente fica parada sem saber o que fazer. Estou tentando arrumar um Uber, mas está muito caro”, lamenta.
Ainda não há transporte alternativo para a greve de ônibus, anunciado pela Prefeitura de Florianópolis
A Prefeitura de Florianópolis autorizou a circulação de transportes alternativos, como vans privadas, em caso de paralisação provocada pela greve de ônibus. No entanto, ainda não há oferta ou maiores informações sobre o serviço na cidade.

Prefeitura de Florianópolis anuncia vans privadas como alternativa para a greve de ônibus – Foto: Google Maps/ND
A administração municipal informou na manhã desta quinta-feira que só haverá transporte alternativo “quando tiver necessidade”, visto que a paralisação é temporária. Os passageiros deverão pagar para usá-lo e o custo ainda não foi definido.
“A administração acompanhou as negociações entre sindicato e Consórcio Fênix, colaborando em tudo o que era possível para evitar possíveis danos à população”, disse a prefeitura em nota.
Por que trabalhadores deflagraram greve de ônibus na Grande Florianópolis?
A decisão sobre a greve de ônibus na Grande Florianópolis foi anunciada após horas de assembleia, realizada próximo ao Ticen, na noite de quarta-feira (11), em que houve a rejeição às propostas patronais.
A categoria estava em estado de greve desde o dia 30 de maio. No período, a circulação do transporte público não foi afetada.

Greve de ônibus pode afetar moradores de sete cidades da Grande Florianópolis – Foto: Diorgenes Pandini/Especial para o ND
Dentre as reivindicações da categoria, estão o pedido por mais cobradores nos ônibus, um reajuste salarial, melhorias nas condições de trabalho e no plano de saúde.
A greve dos ônibus na Grande Florianópolis teve seu início decretado após a categoria, concessionárias e administrações municipais não chegarem a um consenso.
Em nota antes da assembleia, o Setuf (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Florianópolis) afirmou que ofereceu reajustes acima da inflação:
- Reajuste salarial de 6%;
- Aumento de 10% no vale-alimentação (que chegará a R$ 1.258 mensais);
- Aumento de 8% na gratificação por dirigir e cobrar.