
Santa Catarina goza de ser o Estado mais seguro da federação e essa é uma condição, atualmente, inegociável. A pronta resposta aos ataques deste sábado (19), que aterrorizaram a Grande Florianópolis, escancaram essa condição.
Tão logo as ocorrências foram ganhando força, o chamado Gabinete de Crise – composto pela nata da Segurança Pública do Estado – foi acionado.
Poucas horas depois o Governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), orquestrou uma entrevista coletiva assegurando o controle da situação, que foi classificada como “pontual”.
Apesar da irritação das autoridades em um dia especial – com a presença de Sir Paul McCartney – era possível constatar uma tranquilidade sobre o controle dos episódios.
O delegado-geral da Polícia Civil, inclusive, foi enfático e repetitivo: os sinistros não tiveram relação com a presença do ex-Beatle, mas sim, na guerra de poderes entre as facções.
A verdade escondida atrás dos ataques
Há uma verdade, no entanto, que se esconde por trás da exemplar eficiência das forças de segurança, no Estado: o poder das associações criminosas que, em rápida estratégia, são capazes de aterrorizar uma região inteira.
Tal qual pólvora, se espalhou como foi visto ao longo do sábado quando, pelo menos, 18 pontos foram incendiados por bandidos, além de uma violenta interrupção da BR-101.
Originado em Florianópolis, apareceu em São José, Palhoça e Tijucas – com reflexo em todo Litoral Norte.
Os ônibus tiveram linhas suspensas e as pessoas, dentro do possível, recolheram-se às suas casas.

Barricadas foram montadas durante série coordenada de ataques em Florianópolis – Foto: Reprodução/ND
Com capacidade organizacional e poderio bélico impressionantes, os criminosos mostram que têm a receita para, em pouco tempo, amedrontar cidadãos e espalhar o caos.
Uma realidade instaurada que atravessa as fronteiras pelo continente e que nem o Estado mais seguro do Brasil é capaz de conter.