Atentados na Grande Florianópolis: facção queria ‘matar todo mundo’ em chacina

A Polícia Civil revelou nesta quinta-feira (20) que os atentados na Grande Florianópolis, ocorridos no dia 19 de outubro de 2024, foram desencadeados por um cerco da polícia contra faccionados que tentavam invadir a comunidade do Papaquara, no Norte da Ilha. Conforme a investigação, o cerco impediu uma “chacina” na comunidade.

Barricadas e veículos foram incendiados em 17 pontos da Grande Florianópolis – Foto: Reprodução/ ND

Os atentados na Grande Florianópolis foram uma série de ataques a carros e barricadas que bloquearam as principais rodovias da região, como a BR-282, em São José, e a BR-101, em Palhoça. Uma investigação da Polícia Civil apontou que os ataques foram desencadeados por conta de um conflito que ocorria no Norte da Ilha.

Áudio revelou ordem: ‘Era para matar todo mundo’

Durante os três dias que antecederam os atendados na Grande Florianópolis, integrantes do PGC (Primeiro Grupo Catarinense) tentavam dominar a comunidade do Papaquara, domínio do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Conforme o Delegado Antônio Seixas Joca, da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), na sexta-feira, 18 de outubro, 10 homens tentaram invadir a comunidade.

Fortemente armados, o grupo era liderado por Romarinho, identificado como um dos mandantes dos atentados na Grande Florianópolis. O delegado conta que a investigação teve acesso a áudios onde Romarinho dá comandos aos comparsas que o ajudariam na invasão.


Gabinete de crise foi instaurado após série de atentados na Grande Florianópolis - Reprodução/ ND

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Gabinete de crise foi instaurado após série de atentados na Grande Florianópolis – Reprodução/ ND


Cerca de 60 bombeiros atuam no combate as barricadas e incêndios criminosos em Florianópolis.  - Reprodução/ND

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Cerca de 60 bombeiros atuam no combate as barricadas e incêndios criminosos em Florianópolis. – Reprodução/ND


Operação com mais de 90 policiais cumpre dez mandados de prisão nesta quinta-feira (20) - Reprodução/ ND

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Operação com mais de 90 policiais cumpre dez mandados de prisão nesta quinta-feira (20) – Reprodução/ ND


Polícia Civil conclui que disputa entre facções criminosas motivou atentados na Grande Florianópolis - Reprodução/ ND

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Polícia Civil conclui que disputa entre facções criminosas motivou atentados na Grande Florianópolis – Reprodução/ ND

“A gente tem áudios dele dizendo aos invasores que era para matar todo mundo, inclusive moradores que estivessem pela frente. Ou seja, eles foram com bastante munição, com armamento pesado, no intuito de realmente fazer uma chacina ali”, revela Joca.

Segundo a Polícia Civil, Romarinho foi morto em confronto com policiais no início de janeiro, em uma operação no morro Santa Vitória, em Florianópolis. Conforme o delegado, ele era conhecido pela polícia por ser “extremamente violento”.

Cerco da polícia no Papaquara motivou atentados na Grande Florianópolis

Conforme o delegado Joca, quando os suspeitos tentaram invadir a comunidade do Papaquara, no dia anterior aos atentados, eles foram interrompidos pela (Polícia Militar de Santa Catarina) e fugiram para a mata. Logo em seguida, policiais de toda a capital foram mobilizados para realizar um cerco na região onde eles se escondiam.

A investigação revelou que os atentados na Grande Florianópolis foram orquestrados para distrair e dividir as forças policiais e, assim, viabilizar a fuga dos integrantes do PGC cercados no Norte da Ilha.

10 pessoas foram presas

Na manhã desta quinta-feira (20), a polícia deflagrou a operação Tolerância Zero, onde prendeu dez envolvidos nos atentados na Grande Florianópolis. Ao todo, foram 11 mandados de prisão. No entanto, um deles era para Romarinho, morto em janeiro.

10 pessoas foram presas nesta quinta-feira (20) – Foto: PCSC/Divulgação/ND

O delegado explica que os mandados de prisão cumpridos nesta quinta miraram nos suspeitos de participarem dos ataques, mas principalmente nos mandantes do crime, um inclusive que ordenou os atentados de dentro da Penitenciária de Florianópolis.

Segundo Joca, esta foi a primeira fase da operação “Tolerância Zero”. A próxima etapa está focada em identificar e prender mais líderes, além de pessoas que teriam sido responsáveis por emprestar armas e imóveis para que a facção realizasse reuniões para a organização da invasão e dos ataques.

Dois carros de luxo modelo Range Rover foram apreendidos nesta quinta-feira (20) – Foto: Gabriela Ferrarez/ND

As prisões ocorreram principalmente em comunidades distribuídas por Florianópolis, São José, Palhoça e Biguaçu. Além de drogas e armas, a polícia apreendeu dois veículos de luxo, modelo Range Rover, utilizados pelos suspeitos.

A Polícia Civil ressaltou que os atentados na Grande Florianópolis não tiveram ligação com a morte de David Beckhauser Santos Herold, produtor musical executado com mais de 30 tiros em São Paulo, em 2 de outubro de 2024.

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