Ataques em Florianópolis: não há chance de escalada de conflitos entre facções, diz governo

Em coletiva de imprensa, no início da noite deste sábado (19), a Polícia Civil de Santa Catarina confirmou que os diversos incêndios registrados na Grande Florianópolis, ao longo do dia, foram causados por uma disputa entre facções criminosas rivais. Ao todo, 12 pessoas foram presas, duas delas baleadas pelas forças de segurança, e um suspeito morreu. Ao menos seis carros foram incendiados nos ataques em Florianópolis.

Ataques na Grande Florianópolis foram causados por disputas entre facções criminosas, confirma governo

Ataques na Grande Florianópolis foram causados por disputas entre facções criminosas, confirma governo – Foto: Foto: Vivian Leal/ ND

Conflito envolve disputa entre facções do Norte da Ilha

Conforme antecipado pelo ND Mais, os incêndios registrados em cidades da Grande Florianópolis têm relação a um conflito entre facções criminosas, iniciado ainda na madrugada de sexta-feira (18). Um homem, de 49 anos, ficou ferido.

“A gente recebeu informações, na madrugada, que um grupo criminoso queria tomar espaço de outro, lá no Papaquara. Depois que houve essa invasão, nossa polícia reagiu”, detalhou o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).

A tentativa de invasão, citada pelo governador, aconteceu em retaliação a morte de um membro de uma facção criminosa, que foi assassinado em São Paulo. Entre a noite de sexta e a manhã de sábado, sete pessoas foram capturadas e uma foi morta.

Gabinete de crise foi instaurado após série de ataques em Florianópolis

Gabinete de crise foi instaurado após série de ataques em Florianópolis – Foto: CBMSC/ Reprodução/ ND

Barricadas e incêndios foram pontuais, diz PCSC

O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, descartou, durante a coletiva, que haja risco de uma escalada da violência para o restante do estado. “Temos uma situação pontual, em que já estamos instaurando inquéritos para responsabilizar os envolvidos”, pontuou.

Três indivíduos foram presos enquanto tentavam provocar novos incêndios, em São José, na Grande Florianópolis. Na Capital Catarinense, outras duas foram presas por envolvimento com os incêndios em barricadas, um na região da Chico Mendes e outro no Morro do Mocotó. A polícia solicitou a prisão preventiva de todos os 12 capturados.

A onda de ataques, segundo o delegado-geral, não tem relação com lideranças do crime organizado que já estão presas. “Não identificamos nenhuma comunicação de dentro de presídios que mobilizasse isso. Foi, sim, uma ação pontual”, destacou Ulisses. Com os criminosos presos, foram apreendidas seis pistolas, coletes balísticos e munições.

Jorginho Melo tranquiliza população após ataques na Grande Florianópolis

Jorginho Mello (PL) tranquiliza população após ataques na Grande Florianópolis – Foto: Arliss Amaro/ND

Governador garante segurança à população após ataques em Florianópolis

O Governador de Santa Catarina manifestou indignação pelos fatos registrados no decorrer do sábado. Segundo ele, o estado não está “acostumado com isso”, uma vez que é líder em índices de segurança, quando comparado com os demais estados do país.

“A bandidagem pode ficar sossegada que não vai ter moleza. Eles não vão levar a melhor. Isso não é uma ameaça, é posição de governo. Quem achar que pode fazer algo, vai levar chumbo”, reforçou Jorginho Mello, destacando que a situação já foi controlada.

O chefe do executivo também fez questão de destacar o apoio que recebeu de outros poderes, preocupados com a segurança da população catarinense. “Recebemos apoio de todos os órgãos, Polícia Federal, Ministério Público, Prefeitura de Florianópolis, todos ficaram preocupados”, disse.

À reportagem do ND Mais, Jorginho Mello (PL) destacou que não há necessidade de chamamento de efetivo federal, ou de outras regiões do Brasil porque “Santa Catarina tem uma das melhores polícias do país” e o estado “já está tudo pacificado”, enfatizou.

Barricadas e veículos foram incendiados durante conflito entre facções rivais – Foto: Reprodução/ ND

Gabinete de crise

A Polícia Civil de Santa Catarina ativou o gabinete de crise formado pela Diretoria de Inteligência, Diretoria de Polícia da Grande Florianópolis, além da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE), Coordenadoria de Operações com Cães (COPC), Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e Delegacias de Combate ao Crime Organizado.

O grupo atuará em conjunto para elucidar todos os fatos que culminaram com os incêndios registrados ao longo do dia, além de identificar e responsabilizar todos os envolvidos. Uma reunião, marcada para ocorrer na segunda-feira (21), que envolve todos os núcleos da segurança, foi antecipara para este sábado a fim de agilizar os trabalhos de investigação.

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